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19 de Março de 2012 | Entrevistas | Água | Fórum Mundial Alternativo da Água | Direitos humanos
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Na cidade francesa de Marsella recolhemos as reflexões de Luis Infanti, clérigo da região chilena de Aysén comprometido na luta de sua comunidade na defesa da água e da vida perante um governo que pretende mercantilizá-los.
As referências ao movimento em defesa da Patagônia chilena da região de Aysén deram a volta ao mundo nas últimas semanas com fortes protestos realizados por diversos setores sociais contra as políticas privatizadoras do governo de Sebastián Piñera, que têm reprimido fortemente as manifestações.
Embora ultimamente as demandas nas mobilizações se ampliaram–que vai da posse da terra até a educação e serviços públicos-, tudo começou com a resistência contra a instalação do projeto HidroAysén que inclui cerca de cinco barragens nessa zona e que está paralisado por ordem judicial.
O padre Luis Infanti integra o Conselho da Defesa da Patagônia participa ativamente na luta dessa região contra os mega-projetos, chegando a bater na porta da sede presidencial (Palacio de La Moneda, em Santiago).
Em 2008, além disso, o padre apresentou uma Carta Pastoral: “Dai-nos hoje a Água de Cada Dia” onde fala sobre a realidade da água e seus usos, bem como da geração de energia e os impactos que provocam no meio ambiente mega-projetos hidrelétricos como os que pretendem ser construídos em sua região.
No lançamento, monsenhor Infanti afirmou que esta carta pretendia fornecer um “olhar ético a partir da fé sobre a responsabilidade que têm os seres humanos no cuidado da criação”.
Mais recentemente, no dia 9 de março, o religioso também publicou sua “Carta à Igreja de Aysén” onde indica, que “quando sofre ou é violentada a natureza, obra de Deus, quando a maltratamos, quando a depredam, nos apropriamos dela expulsando outros, destruímos (ecocídio), ofendemos gravemente o Criador e nós mesmos. Por nossa fé, poderemos ser indiferentes diante do irmão que sofre, diante do deterioramento ecológico, diante das privatizações e à mercantilização de elementos essenciais para a vida (terra, águas, ar, alimentos, bens comuns) aumentando a pobreza e a indigna exclusão de tantos irmãos?”, pergunta o padre.
Foto: ical.cl
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