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4 de Outubro de 2011 | |

Barrando

Protestos contra barragem El Quimbo na Colômbia

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Cerca de 500 camponeses, indígenas, pescadores, trabalhadores e ambientalistas mobilizaram-se na sexta-feira na Colômbia contra a instalação da barragem El Quimbo no rio Magdalena, no departamento de Huila.

Convocados pela Associação de Atingidos pela Hidrelétrica El Quimbo (ASOQUIMBO), as centenas de manifestantes de vários municípios atingidos pela barragem pretendiam chegar até uma zona de obras do empreendimento. Finalmente e detida pela Polícia, a mobilização chegou até a zona da Ponte El Paso del Colegio, na estrada rumo ao município de La Plata.

No dia 30 de setembro, as comunidades atingidas por El Quimbo apresentaram ao Conselho do Estado um recurso para anular a licença ambiental concedida ao projeto. O empreendimento, em mãos da empresa Emgesa (filial da Endesa e Enel), é fortemente criticado por populações locais, especialmente dos municípios de Garzón e Gigante, os que seriam mais inundados. Porém, mais de cinco municípios seriam atingidos, a inundação total abrangeria cerca de 7.300 hectares e cerca de 800 famílias seriam expulsas de seus territórios.

“Este tipo de grandes barragens para geração hidrelétrica estão sendo construídas sob um enfoque puramente comercial. Todos estes projetos estão pensados para a exportação de energia elétrica, sem que as necessidades básicas dos povos atingidos diretamente tenham sido resolvidas completamente”, disse à Rádio Mundo Real o ativista Juan Pablo Soler, do Movimento Rios Vivos da Colômbia.

Juan Pablo esteve na manifestação da sexta-feira. “Estamos lutando para que possa se reafirmar uma identidade cultural dos camponeses, os pescadores, os indígenas, contra o que está propondo o governo sob essa ótica de crescimento econômico”, disse o ativista. Para ele, sob o enfoque do governo colombiano de Juan Manuel Santos, “o camponês, o pescador e o indígena têm que se transformar em operários da barragem, de baixo perfil, ou em mineradores”.

Conforme Soler, Emgesa reconhece como atingidos diretos “somente os latifundistas”, em detrimento de trabalhadores da zona que não têm propriedades mas trabalham ali. “Quando se realiza a compra destas terras estes trabalhadores são expulsos sem nenhum tipo de indenização ou compensação por danos causados”, afirmou.

A liderança colombiana lamentou também pela barreira policial que não permitiu que os manifestantes chegassem às obras da barragem. À pedido de Emgesa o governo de Gigante emitiu um decreto para não permitir a passagem de veículos. “Vemos como o governo local, contra o direito cidadão à mobilização, emite um decreto para favorecer ou responder ao pedido da empresa”, fustigou Soler.

A presença das forças policiais gerou tensão e houve longas negociações. Já de noite e depois de uma jornada completa de protesto na estrada, os manifestantes resolveram voltar a seus lares, diante do grave risco de uma repressão.

A mobilização contra El Quimbo foi realizada numa onda de protestos contra projetos hidrelétricos na Colômbia que avassalam os direitos das comunidades locais. No dia 26 de setembro, por exemplo, a manifestação havia sido contra o projeto Hidrosogamoso (da empresa ISAGEN), sobre o rio Sogamoso e no departamento de Santander, a dezenas de quilômetros da desembocadura no rio Magdalena.

Foto: http://www.firmasonline.com

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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