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18 de Outubro de 2011 | Notícias | Negociações Diretrizes Voluntárias | Sessão do Comitê de Segurança Alimentar da FAO | Anti-neoliberalismo | Soberania alimentar
O representante camponês nas negociações na FAO para as Diretrizes sobre posse da terra, Angel Strapazzón, citou Albert Einstein para exigir dos governos uma mudança na matriz civilizatória.
As negociações sobre as Diretrizes sobre posse da terra levaram seis dias completos de intenso trabalho para as e os representantes dos movimentos sociais presentes nelas na cidade de Roma, em um trabalho “às pressas” paralelo de lobby sobre os representantes oficiais, redação e busca de consensos.
Por isso talvez o representante da Via Campesina, o argentino Ángel Strapazzón, tomou a liberdade de mencionar em seu resumo do processo nos marcos da 37ª sessão do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSF), o valor delas mesmas do ponto de vista da mudança de matriz econômica e civilizatória que requer.
Strapazzón destacou o fato de que a Via Campesina o tivesse escolhido “para participar de um processo onde se requer saber muito da questão formal”, indicou que tentou contribuir “também a partir do espirito e da mística” que fazem parte dos princípios das organizações camponesas.
“Por isso não vou citar nossos heróis ou heroínas históricas. Vou citar aqui na FAO alguém ’neutro’ embora ninguém é verdadeiramente ’neutro’”, disse o representante do Movimento Camponês de Santiago del Estero (Mocase) e da Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo (Cloc). “Para que os governos reflitam sobre o uso do solo, mas ainda mais sobre a matriz produtiva que devemos mudar e para isso estamos em um momento fundamental: Albert Einstein dizia ’se as abelhas desaparecessem do planeta, os dias do homem estariam contados’. E as abelhas estão efetivamente desaparecendo, por causa da mineração a céu aberto, da agroindústria, dos agrotóxicos e desta matriz civilizatória que está se desmanchando”, disse Strapazzón.
Ao iniciar a 37ª sessão da CSF em Roma, o secretário geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) o senegalês Jacques Diouff disse que as estimativas sobre a fome em nível mundial são de que atingiria 950 milhões de pessoas, afirmando ainda que a crise que atinge os países centrais aprofundará a volatilidade no preço dos alimentos e portanto aumentará a brecha de insegurança alimentar.
Dos movimentos sociais se insiste em que o processo de apropriação de terras, bem como a denominada “reforma agrária de mercado” e a carta aberta aos investimentos em agriculturas não farão mais do que agravar esta situação em nível global, expulsando camponeses e produtores familiares de seus territórios.
Foto: Annelies Schorpion / Via Campesina
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