É o que expressa em entrevista com RMR, Julio Armando Puente, integrante da Confederação Nacional de Ação Comunal, organização de quarto grau que reúne as autoridades comunais distribuídas ao longo do extenso território colombiano.

A Confederação Nacional de Ação Comunal faz parte da Mesa de Unidade Agrária, que desde 2004 reúne os coletivos colombianos envolvidos na reivindicação por terra para quem a precisa e trabalha nela e se opõem por tanto à “empresarização” do campo a favor das monoculturas e os latifúndios.

Julio Armando indicou que diferentes organizações vêm realizando ações de denúncia e mobilização, que acabariam em uma greve nacional em toda a Colômbia previsto para março deste ano para exigir uma política que beneficie a população rural e especialmente a produção camponesa, indígena e familiar, principal abastecedora de alimentos para a população, explicou o ativista agrário.

O governo de Juan Manuel Santos fala de “desenvolvimento” rural para incluir nesse conceito a monocultura de palma africana e outras matérias primas para agrocombustíveis com uma matriz concentradora dos bens naturais. “Por isso nós não falamos de desenvolvimento e sim de reforma agrária”, disse Puente.

Julio Armando falou dos aliados e mecanismos de mobilização previstos para exigir terra e desenvolvimento rural integral para as comunidades.

A Mesa de Unidade Agrária tem feito um projeto de lei sobre reforma agrária que trascende a mera reivindicação de terras para atingir outros aspectos dos direitos das comunidades rurais em aliança com as urbanas em toda a Colômbia.