Essa seria uma boa síntese, realizada por Jose Raymundo de Ceiba-Amigos da Terra Guatemala, sobre a situação desse município do departamento de Huehuetenenango.

Em entrevista com Rádio Mundo Real, Raymundo lembrou que na consulta comunitária para definir a instalação da hidrelétrica, realizada no dia 21 de maio de 2009, ao todo 20.780 moradores de San Mateo Ixtatan rejeitaram “rotundamente a implementação de mega-projetos em seus territórios”.

Esta localidade guatemalteca possui 39 mil habitantes e não está cumprindo com o resultado daquela consulta, conforme Raymundo, que indicou que as organizações locais responsabilizam o ministério de Energia e Minas, que concede as licenças ambientais.

Numa declaração divulgada neste fim de semana, as organizações locais lembravam que os projetos hidrelétricos Pojom I, Pojom II e Bella Linda de San Mateo Ixtatan respondem às empresas Hidralia, Energia de capital espanhol e Produções de Desenvolvimento Hídrico (PDH), e que estão operando com a “cumplicidade” do prefeito.

Para as organizações, as transnacionais e as autoridades municipais se aproveitam da situação de “pobreza e abandono” em que estão 29 comunidades desta região, através de “mentiras, manipulações, compra e suborno de líderes comunitários, intimidações e enfrentamentos entre moradores, promessas falsas de solução às suas necessidades como a falta de energia elétrica”.

“Responsabilizamos também as autoridades municipais e o governo central, caso a conflitividade social na região se aprofundar, e também pelas consequências dos discursos de enfrentamento e campanha de desqualificação para com os defensores e defensoras de direitos humanos”, advertem as organizações.

Foto: ALER