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6 de Fevereiro de 2012 | Entrevistas | Água | Indústrias extrativas
Desde o dia 2 de fevereiro, uma multitudinária marcha percorre o Peru para chegar até Lima nesta quinta-feira exigindo paralisar as concessões mineradoras já que atingem as nascentes aquíferas das comunidades do país andino.
A mobilização é organizada por comunidades indígenas, sociais, de educadores e agricultores que exigem que o Governo de Ollanta Humalla deter o projeto extrativo de ouro na região de Conga e em várias outras atingido as fontes de água potável e de irrigação.
Os mobilizados exigem a proibição do cianeto e do mercúrio nas atividades mineradoras e a obrigatoriedade da licença social para o funcionamento das minas. Durante sua marcha, composta por mais de mil pessoas, os lemas eram "pequenos riachos fazem um rio grande e poderoso" e "água sim, ouro não".
O projeto Conga, representa um investimento de 4,8 bilhões de dólares e o uso de quatro lagoas de Cajamarca, duas para extrair ouro e as outras para depositar os rejeitos. Um relatório não oficial do Ministério de Ambiente peruano alertou sobre a vulnerabilidade do ecossistema onde pretende-se executar o projeto e o risco ao que se expõem as águas subterrâneas do lugar.
O projeto minerador gerou um forte greve na zona atingida em novembro de 2011 e uma divisão política no Executivo de Ollanta Humala, que relevou a alguns Secretários de Estado que criticavam o projeto. O Governo Regional de Cajamarca declarou inviável o projeto e espera-se apoiar essa resolução através da longa caminhada de 10 dias até chegar à capital peruana.
Os dias de marcha estarão repletos de atividades; os principais momentos serão o Fórum de Justiça Hídrica, a ser realizado no dia 9 em Lima, e uma grande mobilização pacífica e festiva pela água no dia 10, também nessa cidade.
Paralelamente à marcha, haverá outras atividades de apoio. Em Lima, coletivos de juventude, organizações sociais e organismos de Direitos Humanos realizaram uma marcha pelas ruas para apoiar e celebrar o começo desta manifestação pacífica e democrática. Também em Cusco, Espinar, Canchis, Tambo, Arequipa, Tacna, Ancash, Iquitos e outros lugares das macro-regiões Norte, Centro, Sul e Oriente do país se realizarão concentrações e mobilizações.
Outra medida incluída na plataforma desta mobilização é criar uma Comissão da Verdade sobre a Mineração, que investigue todos os prejuízos causados pelas indústrias extrativas nos últimos 20 anos.
Foto: diarioelpopular.com
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