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12 de Abril de 2011 | Notícias | Anti-neoliberalismo
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“Os grandes megaprojetos como o Plano Puebla-Panamá e os Tratados de Livre Comércio só têm trazido mais miséria e violência para nossa gente”, expressa a Declaração Final do oitavo Fórum Mesoamericano dos Povos que terminou neste domingo no Estado mexicano de Veracruz.
O evento contou com a participação de mais de 700 representantes do México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Panamá, Nicarágua e Costa Rica. Também houve participantes da Suíça, Espanha, Itália, Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Colômbia e Canadá.
A avaliação dos movimentos sociais, indígenas e ambientalistas da região do momento atual é contundente: “em nossos territórios vive-se uma nova invasão”, afirmam. “Milhões de lares mesoamericanos estão hoje arrasados pela pobreza e a migração e somos as mulheres as que sofremos com mais força a discriminação e a violência”.
O evento foi de sexta-feira 8 até o domingo 10 de abril em Minatitlán, Estado de Veracruz, México, lugar conhecido como o “coração da terra olmeca”.
“Os direitos de nossos povos são pisoteados por oligarquias a serviço das grandes corporações transnacionais. A crescente militarização demonstra que a democracia em nosso países é apenas uma farsa. A perseguição contra os homens e mulheres que defendem seus direitos é uma amostra a mais de que aqueles que nos governam são súditos do grande capital e de seus projetos de morte”, expressa a Declaração Final.
Segundo o documento, na América Central, “são muitas as famílias que têm sido deslocadas de seus lares, pela construção de barragens hidrelétricas, estradas e outros projetos como os de pecuária extensiva.
Também são muitos os moradores que têm sido desalojados de suas moradias por projetos de urbanização selvagem”.
E lembra ainda que grandes partes do território mesoamericano estão virtualmente dedicadas à mineração, denunciando especialmente o papel das mineradoras canadenses na violação de direitos comunitários naquelas regiões onde levam a cabo suas explorações.
Por isso, entre seus acordos, os participantes do Fórum incluíram defender as suas “terras e recursos naturais, enfrentando os projetos hidrelétricos, mineradores, turísticos, de pecuária extensiva, florestamento e de infra-estrutura”.
Também foram rejeitadas as denominadas “falsas soluções” à mudança climática financiadas por agências multilaterais como o Banco Mundial, dentre elas: o financiamento a barragens, culturas para agrocombustíveis e mercado de bônus de carbono. “Os governos da América do Norte, Ásia e Europa promovem iniciativas de morte disfarçadas de cooperação e através do chamado Livre Comércio só procuram favorecer os interesses das grandes empresas transnacionais”, afirmaram as organizações participantes das jornadas.
“Hoje nasce em Minatitlán, um novo movimento, o movimento dos povos mesoamericanos. No dia em que lembramos a morte de Emiliano Zapata, nascemos com dignidade e coragem neste novo caminho, que é o caminho de nossos antepassados e que será o caminho de nossos filhos e filhas”, conclui a Declaração do VIII Foro Mesoamericano dos Povos.
Imagen: http://zapateando.wordpress.com
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