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24 de Agosto de 2011 | Entrevistas | Direitos humanos
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No começo a entrevista estava focada no Fórum Europeu sobre Soberania Alimentar realizado na Áustria. No entanto, partindo deste evento a entrevista com a integrante da Confederação de Consumidores e Usuários de Espanha(CECU) acabou na “indignação” em seu país e o que ela definiu como uma mudança cultural que marcará o século XXI: “estamos caminhando rumo à era do próximo, do lento e do pequeno”.
Estes três adjetivos contrastam com o distante, veloz e de grande escala: as coordenadas do passado século levadas a sinônimo de modernidade, diz Ana Etchenique, para quem a experiência no Fórum de Krems significou ratificar a Soberania Alimentar como “a base comum para diversas organizações e coletivos de diverso tipo e de toda Europa, para seguir adiante”.
“É sobre a Soberania Alimentar que poderemos construir o futuro a partir desta crise, que em minha opinião mais do que crise é uma recessão”, diz a ativista espanhola.
“Ainda estamos em estado catatônico após a loucura de consumismo que temos vivido e dessa etapa de novos ricos onde o consumismo tem colonizado a mente das pessoas”, reflete Ana sobre a atmosfera que se respira na “Europa central” -ou seja a ancorada à União Europeia e sua moeda comum- em tempos de tempestades bursáteis, desemprego e ressurgir xenófobo.
“Quando algo é barato, por trás costuma haver uma má praxis e as pessoas tem percebido que é mais sustentável consumir aquilo que é mais próximo. As pessoas acreditava que ao consumir produtos que vinham de longe estava apoiando economias de países do sul e percebimos que o que temos feito é tudo o contrário, como é o caso da soja da Argentina ou Brasil”, acrescenta Ana em Madrid em entrevista telefônica.
A “indignação” como bandeira de reação diante da crise dos sistemas capitalistas europeus e seu efeito direto e indireto sobre os relevos dos governos nos diversos estados também fez parte da reflexão com a integrante da CECU.
Ana valoriza o encontro de duas gerações nesta mudança de paradigma que tem feito florescer cooperativas de consumo e até hortas de auto-sustento nas cidades espanholas: a dos jovens e a de seus avôs e avós, em geral emigrados do campo e ainda com conhecimentos que hoje adquirem especial valor.
Foto: www.nyelenieurope.net
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