20 de noviembre de 2013 | Entrevistas | Justicia climática y energía
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A “austeridade” tem sido o principal lema promovido nos últimos anos na Grécia pelos governantes do país e os agentes financeiros externos, como suposta via de saída para a crise que vem enfrentando esse país. Mas a sociedade grega “entende perfeitamente que isto não é assim”, afirmou Kostis Damianakis, da Rede de Luta contra as Fontes de Energias Renováveis Industriais em entrevista com Rádio Mundo Real.
Para dar apenas um exemplo, Kostis contou que desde 2008, ano em que foi assinado o primeiro Memorando de Entendimento entre o governo grego e a troika financeira européia (composta pela Comissão Européia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional), até agora, a dívida pública que representava 120% do PIB do país, aumentou a 170%. “Isso mostra que estas medidas não foram implementadas para ajudar, mas só para escravizar o povo grego”, afirmou Kostis em entrevista com Rádio Mundo Real.
O ativista grego foi um dos participantes do Seminário Internacional “Alimentos, Água e Energia não são mercadorias”, onde falou sobre a questão energética na Europa, e principalmente na Grécia. Na entrevista Kostis frisou a importância deste seminário para denunciar os processos de mercantilização da água, da energia e dos alimentos como “uma imposição do sistema”. Também considerou fundamental trocar experiências “para ver como a ofensiva do capital está afetando comunidades locais e países inteiros com esse modelo de exploração dos recursos naturais”.
A Rede de Luta contra as Fontes de Energias Renováveis Industriais, segundo Kostis “não é apenas um movimento de resistência; tentamos fazer uma análise política e social do processo de produção em nossos países”. É a partir dessa análise que o militante afirma que a questão da energia na Grécia, onde o capital está avançando sobre os recursos energéticos, “tem a ver com a dívida econômica que têm o estado grego e outras sociedades”.
O modelo de produção de energia renovável que está se impondo no país não está relacionado, segundo ele, às prioridades produtivas e econômicas da sociedade, “serve apenas para gerar emprego nos países que detém essa tecnologia de energia renovável, e para os grandes construtores de infra-estrutura que aproveitam para arrecadar mais recursos públicos. E por último, essa energia não vai ser utilizada para combater a pobreza energética que estamos vivendo na Grécia, mas para ser exportada para cobrir a demanda dos países industriais europeus”, explicou Kostis.
Este processo, que Kostis não hesita em caracterizar como “neocolonialismo do sul da Europa”, representa segundo ele, uma “oportunidade histórica para redesenharmos o modelo produtivo agrícola, redesenhar o modelo energético e retornar esses recursos básicos ao controle social”, por exemplo, através de iniciativas de re-estatização e de aplicação de modelos de administração pública mais justa.
No áudio anexo, a entrevista completa com Kostis Damianakis
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