Isto acontece principalmente para os casos dos projetos energéticos, conforme indica um membro da Assembleia Departamental dos povos de Huehuetenango (ADH), em entrevista com a correspondente mexicana Mónica Montalvo para Rádio Mundo Real. Na entrevista, o militante da ADH e integrante da Rede Latino-americana contra as barragens e pelos rios, suas comunidades e água (REDLAR) afirmou que por causa do aprofundamento da problemática socioambiental em território guatemalteco é de fundamental que seja realizado nesse território o V Encontro Latino-americano da REDLAR, “especialmente à beira do Rio Usumacinta, onde existem sérias ameaças de privatização e construção de barragens”.

Estas ameaças se estão presentes em toda a zona norte do departamento de Huehuetenango devido à grande quantidade de interesses que existem sobre os bens naturais ali: “existem interesses de exploração de petróleo, mineração, hidrelétricas, além de toda a biodiversidade que existe ali”, disse o entrevistado, contando ainda que esta tem sido uma região historicamente, tendo sido vítima por exemplo das campanhas de terra arrasada da ditadura de Efraín Ríos Montt (1982-1983), que aniquilaram centenas de povos indígenas.

Em relação ao encontro da REDLAR, o militante social considerou que entre os objetivos principais está o de “fazer ver aos interessados no negócio da energia que a luta pela defesa da água, não de uma organização só ou de um povo só, mas que existe uma articulação internacional”.