19 de junio de 2013 | Entrevistas | Acaparamiento de tierras | Anti-neoliberalismo | Industrias extractivas | Luchadores sociales en riesgo | Soberanía Alimentaria | VI Conferencia Internacional Vía Campesina
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Deolinda Carrizo, integrante do Movimento Camponês de Santiago del Estero (MOCASE) da Argentina, tem cerca de 30 anos. Quase desde o nascimento de Rádio Mundo Real, "Deo", é uma referência ineludível para nós. Sua curta idade contrasta com sua extensa luta por acesso à terra para os camponeses, contra o agronegócio e a injustiça social.
Deo é também integrante do Movimento Nacional Camponês Indígena de Argentina (MNCI), que tem agora a secretaria operativa da Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo (CLOC). Conversamos com ela durante a 6ª Conferência Internacional da Via Campesina, que terminou na semana passada em Jacarta, Indonésia.
A entrevista foi divulgada também pelo Programa "La Voz de la Pacha", de FM Santiago Manta, de Santiago del Estero.
Deo fez algumas considerações gerais sobre a 6ª Conferencia Internacional da Via Campesina, e destacou que "hoje temos a ofensiva do capital cada vez mais forte e temos que estar mais unidos em nível local, nacional e internacional".
Entre as principais linhas políticas que deviam surgir da conferência segundo ela, falou da necessidade da solidariedade e o internacionalismo, e considerou que faz falta muito mais força na Via Campesina para alguns temas, como o da soberania alimentar.
Deo afirmou ainda que a agricultura campesina esfria o planeta, como forma enfrentar a crise climática, uma das tantas da "salada de crises" que existe no mundo atual, e alertou sobre os processos de apropriação de terras do agronegócio.
Por sua vez, a integrante do MNCI também falou da situação de seu país, especialmente da província de Santiago del Estero. "Na Argentina estamos vivendo e atravessando essa política do agronegócio, a política extrativista que está imperando e que tem suas regras completamente estipuladas faz tempo. Faz falta continuar lutando, continuar nos organizando para poder tirá-la", considerou Deo.
"Hoje estamos expondo nossos corpos nos territórios, nos diferentes espaços onde acreditamos que podemos fazer a incidência", disse ainda.
A liderança chamou atenção sobre a necessidade de "deter urgentemente" o modelo extrativista e dos agronegócios, "que está destruindo nossa cultura, nossa forma de produzir, nossa alimentação, a soberania alimentar, a natureza e as futuras gerações que não vão ter um bem viver".
Foto: Via Campesina.
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