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27 de mayo de 2013 | | | |

Lobo solto

Alerta: prisão arbitrária e processamento contra Bertha Cáceres, liderança do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras – COPINH

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A sexta-feira passada (24), era o dia número 53 do bloqueio de estradas que rejeita o projeto hidrelétrico Agua Zarca feito pelas comunidades do povo indígena lenca atingidas. Nesse dia, foram detidos dois integrantes do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH): Bertha Cáceres e o comunicador indígena Tomás Gómez em um contexto de repressão da organização popular que vive esse país centro-americano desde o golpe de estado em 2009.

A notícia foi divulgada rapidamente pelo mundo. Tomás foi liberado primeiro e Bertha recuperou sua liberdade na tarde do sábado (25), contou ela mesma à Rádio Mundo Real em entrevista telefônica.

No operativo, “ilegal” em palavras de Bertha, participaram de 15 a 20 policiais e militares do Exército hondurenho, prendendo-os sem ter ordem de capturam, e apesar de a dirigente hondurenha contar com medidas cautelares estipuladas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, por ter recebido várias ameaças.
Apesar de ter sido liberada, teve aberto um processo na Procuradoria local, não podendo sair do país enquanto seja esclarecida sua situação.

O projeto hidrelétrico está sendo desenvolvido pela multinacional DESA-SINOHIDRO-FICOSAH (de capitais chineses e chilenos, entre outros), e fará um represamento do Rio Blanco e Rio Gualquerque, expulsando comunidades Lencas e populações inteiras, que já desde o início da obra, tiveram proibido o acesso a sua própria água.

Bertha indicou que têm existido violações de direitos humanos, tanto individuais quanto coletivos no bloqueio de estrada, e que os militares foram muito agressivos com ela e com Tomás. A preocupação foi grande porque a detenção não constava nos registros da delegacia de polícia do município de Santa Bárbara.

“Se não libertavam Bertha, vários municípios se rebelariam”

Por sua vez Tomás contou à Rádio Mundo Real que seu veículo foi revistado minuciosamente e, mesmo não tendo nada ilegal, ambos foram cercados, ameaçados e detidos, sem que as forças militares não estavam autorizadas para fazê-lo. Foi chamada a polícia e apareceu no lugar em veículos da própria empresa encarregada da construção do projeto Agua Zarca.

Foi aberto um expediente judicial contra Bertha Cáceres com a acusação de porte ilegal de arma, com medidas preventivas que obrigam-na a se apresentar em delegacias de polícia a cada semana. Além disso não poderá abandonar o país. O julgamento contra esta lutadora social começará no da 13 de junho, informou Tomás.

“Os próprios militares nos colocaram uma arma para poder nos deter, eles procuram a forma de prejudicar nossos companheiros e companheiras”, afirmou Tomás. “Se não liberassem Bertha –acrescentou- vários municípios se rebelariam em grandes mobilizações”.

Tomás disse que ambos estão bem de saúde, que não foram agredidos durante a detenção. Sobre o ânimo manifestou que a reação das comunidades foi a de reforçar a resistência e manter o bloqueio de estrada.

“O que mais dói no regime é que as comunidades estão se levantando, longe de se amedrontar, porque conhecem o valor dos recursos naturais que existem em seus territórios”, manifestou o comunicador na entrevista.

A situação humanitária em Honduras agrava-se dia a dia e a avaliação das organizações é que a maioria das comunidades estão ameaçadas, militarizadas, praticamente sob um estado de sitio permanente, o que se agravaria face às eleições presidenciais previstas para novembro.

Ouça as palavras de Bertha e Tomás para Rádio Mundo Real no áudio anexo.

Foto: Copinh

(CC) 2013 Radio Mundo Real

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