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8 de Agosto de 2012 | | |

Veneno e pontaria

Lançamento da “Campanha Nacional contra os agrotóxicos e pela vida” em Córdoba, Argentina

A expulsão das famílias produtoras camponesas do campo argentino realiza-se através da utilização massiva de agrotóxicos, mas também através da violência e a repressão, disse o integrante do Movimento Nacional Camponês Indígena (MNCI) da Argentina, Paulo Aranda.

A intervenção do integrante do MNCI aconteceu em momentos em que essa organização, integrante da Coordenadora Latinoamericana de Organizações do Campo (CLOC-Vía Campesina), junto com Grain e Amigos da Terra Argentina lançavam o capítulo nacional da Campanha Continental contra os Agrotóxicos e pela vida em um bairro da cidade de Córdoba.

Esse bairro é Ituzaingó, onde várias famílias foram fumigadas, causando-lhes problemas de saúde, o que derivou em um julgamento oral e público aos responsáveis que tem adquirido um caráter emblemático.
Precisamente nas proximidades nessa cidade, na localidade de Malvinas Argentinas, prevê se instalar uma sede da multinacional Monsanto, o que foi repudiado pelos movimentos sociais da zona.

Aranda indicou sua preocupação pela conduta da Monsanto em nível mundial: “por onde está Monsanto fala-se de morte e ter uma planta industrial da Monsanto em Córdoba significa morte. Suas sementes modificadas geneticamente só funcionam com base em venenos. Hoje os povos estão sendo ameaçados pelas grandes extensões de cultivos transgênicos. Este modelo traz violência, a morte através de venenos e também através das balas”, disse Paulo Aranda.

Denuncia e alternativa

A “Campanha continental contra os Agrotóxicos e pela vida” é uma campanha permanente de formação e mobilização com o objetivo de facilitar a coordenação na luta contra o atual modelo capitalista da agricultura, que está baseado nos agronegócios e o saqueio de bens naturais comuns.

Os problemas derivados do uso de agrotóxicos têm deixado de ser uma questão exclusiva do campo e têm se transformado em um problema ambiental e de saúde pública também nos povos e cidades de toda a América Latina e o mundo. Os agrotóxicos contaminam a água, a terra, as plantas, a comida, os animais e os seres humanos.

A Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida, tem duas linhas importantes de atuação. Uma delas é seguir com a denúncia do modelo de agricultura capitalista e sua relação com os agrotóxicos, bem como os efeitos prejudiciais derivados para os seres humanos e o planeta. A segunda linha é a Soberania Alimentar como alternativa.

Miguel Plaza, também do MNCI, explicou as características desta campanha em nível continental e internacional promovida por uma aliança de centenas de organizações sociais e movimentos populares, tanto do campo quanto da cidade.

O exemplo de Ituzaingó

No bairro cordobês de Ituzaingó criou-se, a partir da resistência de um conjunto de mães que levaram a julgamento a responsáveis de aplicação de glifosato e endosulfan sobre a população, um caso que é visto com atenção por todo o país e cuja sentença está prestes a ser realizada.
Os acusados são dois produtores agropecuários e um piloto de avião, que estão acusados de levar adiante uma fumigação clandestina nesse bairro, onde também foi realizado o 2° Encontro Nacional de Povos Fumigados, onde também estipulou-se criar e trabalhar em uma campanha nacional unificada que articule as lutas pela vida e a saúde.

Um dos moradores da localidade de Malvinas Argentinas encerrou o lançamento da campanha, comentando as características da resistência da comunidade à construção do “maior silo do mundo” que ocupará uma superfície de 32 hectares onde se manipularão sementes da multinacional Monsanto, para o que não tem se efetuado um estudo de impacto ambiental como indica a legislação provincial vigente.

Matéria elaborada com base no trabalho da equipe de comunicação da Amigos da Terra Argentina.

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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