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23 de Fevereiro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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Professor e um estudante universitários opinan sobre o plano oficial do governo de Álvaro Uribe de comprar informação nos centros de estudo para sua política repressiva.
As grandes cidades de Colômbia estão vivendo uma crítica situação econômica e social o que tem provocado uma onda de violência urbana e uma forte crise de segurança. A mais recente proposta nesta matéria proposta pelo governo da Colômbia, que representa vinculação dos estudantes universitários a uma rede de informantes ao serviço das forças armadas, é analisada com dureza por um professor e um estudante universitários.
A iniciativa de comprar informação abertamente é feita num país em plena campanha eleitoral rumo às eleições parlamentares do mês de março e com a incerteza pelo processo de permanência no poder de Álvaro Uribe num terceiro período consecutivo.
“O que está demonstrando isto é que há um fracasso total nas políticas de segurança”, afirma o professor universitário Gerardo Vélez que diz ainda que “existe toda uma decisão política de vincular à população civil no conflito armado interno. Isto é, declarar a guerra da sociedad civil contra a sociedad civil”.
Junto com este plano de segurança, a Universidade perde sua essência de liberdade de opinião e pensamento crítico para se transformar numa usina de denúncia, num serviço de informação a mais do aparelho repressivo colombiano, explica Vélez.
Por sua vez, o estudante da Universidade Nacional questiona esta proposta, já que as Forças Armadas da Colômbia estão envolvidas em casos de violação de Direitos Humanos: “não podemos considerar legítima uma força armada que está atentando contra o próprio povo, que está matando camponeses e vistindo-os de guerrilheiros…”, afirma.
Desaparicimentos, crimes e ameaças contra estudantes estão entre os resultados previsíveis desta política, diz este universitário cuja identidade é reservada por motivos de segurança.
Para eles é apenas um caso a mais dos vários atentados contra os dirietos sociais, a organização social, a institucionalidade constitucional, a autonomia universitária e a democracia.
O professor Gerardo Vélez reflete sobre o efeito real deste programa de compra de informação, indicando que terá vigência “enquanto não haja outro escândalo que o oculte; a política colombiana está feita de escândalo em escándalo, nunca resolve-se um problema de raíz”, resume.
Como exemplo fala do caso do sistema privatizado de saúde promovido pela administração de Uribe.
Vélez também pede à comunidade internacional para que faça um “atento seguimento ao que aqui está acontecendo quanto a violações flagrantes dos direitos humanos” específicamente sobre os “falsos positivos”, ou seja, a população civil massacrada e logo identificada fraudulentamente com forças beligerantes para justificar o massacre.
Foto: Indymedia Colombia
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