Segundo esse relatório, difundido pela Coordenadoria Nacional de Rádios (CNR), no mês de abril foram registrados 233 conflitos sociais em território peruano, dos quais 177 (50,2%) foram provocados por causas ambientais.

A defesa dos recursos naturais e a resistência às indústrias extrativas são a causa principal dos conflitos no Peru, muito mais do que os causados pelas reclamações aos governos locais e ao Poder Executivo.

Um dos conflitos mais graves registrados em abril foi o enfrentamento entre a comunidade camponesa de Oyón e a companhia mineira Buenaventura, que no dia 17 de abril deixou o saldo de, pelo menos, quatro camponeses assassinados por efetivos policiais.

Todos os dias e em diferentes pontos do pais, há protestas de organizações sociais, que estão, sem dúvida, atentas à mudança de rumo político que sofrerá o país, após serem conhecidos os resultados das urnas. Por exemplo, hoje quarta-feira 11 de maio, a agência Prensa Latina informou que dois importantes vãos de acesso a Lima, capital do Peru, estão sendo cortados por manifestantes.

Num desses vãos, organizações locais pedem a anulação de um decreto governamental que paralisa os gastos públicos, e no outro, milhares de produtores algodoeiros protestam contra as “manobras monopólicas” das grande empresas do setor.

A Rede contra a Criminalização da Protesta Social foi quem planteou esses temas em plena campanha eleitoral. A Rede é integrada por os principais sindicatos do país e por organizações referentes como a Confederação de Comunidades Camponesas do Peru Afetadas pela Mineração (CONACAMI);

Segundo essa coligação, durante o governo de Alan García “tem se agravado a criminalização da protesta social no Peru ante o aumento e endurecimento dos conflitos sociais”. As cifras apresentadas por esses grupos são muito convincentes: desde junho de 2006 até março de 2011 têm morrido 77 pessoas em conflitos sociais”.

“Em todos os casos, os atores responsáveis são policiais. É aterrador, por exemplo, o caso de Angélica Santiago Rufino, morta aos 9 meses de idade por causa da policia ter usado gás lacrimogêneo em estabelecimentos hospitalários durante uma manifestação em Ucalayi” afirmam as organizações peruanas.

Foto: www.cnr.org.pe