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20 de Março de 2009 | Notícias | Direitos humanos
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Nessa zona da Bolívia têm se registrado as piores formas de exploração trabalhista, e é uma história que leva muitos anos. A região de Alto Parapetí, no departamento de Cordillera, tem sido cenário de muitos desapossamentos de terras indígenas.
As comunidades guaranis que vivem nessa zona do país sofreram em carne própria os abusos dos grandes latifundistas, adeptos à servidão e a práticas análogas à escravidão.
Milhares desses indígenas reuniram-se neste sábado nesta região do sudeste boliviano para ouvir o discurso do presidente Evo Morales, num ato de entrega de terras que estavam improdutivas e que foram desapropriadas.
“Continuaremos trabalhando por vocês até acabar com o latifúndio”, prometeu o presidente, conforme a Agência Boliviana de Informação.
Essa convicção igualitária está amparada pelo que estabelece a nova Constituição Política da Bolívia - aprovada em janeiro-, e que prevê medidas para acabar com o latifúndio, estabelecendo que a maior extensão agrária pode ser de cinco mil hectares.
Em Alto Parapetí, Morales entregou 20 títulos de propriedade a indígenas e estreiou assim um processo de concessão que terminará em dezembro deste ano. As comunidades nativas receberam 38 mil hectares que têm sido recentemente desapropriados pelo Estado através do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA), e que eram improdutivos.
“Ter terra é ter liberdade e se há terra, e liberdade, há justiça”, disse Morales durante a cerimônia, carregada de referências críticas aos grandes latifundistas da região.
A meados de 2006, autoridades do governo da Bolívia visitaram comunidades indígenas de Alto Parapetí, e a situação que encontraram foi desoladora. Cerca de 3.000 famílias denunciaram práticas de escravidão e privação de direitos básicos.
As crônicas dos jornais desse momento contavam que os grandes fazendeiros da região comercializavam “serventes” guaranis por cerca de 1.800 pesos bolivianos, o que equivale a uns 250 dólares.
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