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22 de junio de 2012 | Videos | Anti-neoliberalismo | Soberanía Alimentaria
Como parte do G77+China, integrado por países em vias de desenvolvimento, o governo da Bolívia conseguiu colocar um conceito que não estava sendo levado em conta nas negociações sobre mudança climática: os direitos da Mãe Terra.
“É algo fundamental, precisamos superar essa visão antropocêntrica na qual a natureza é um objeto. Tem que haver uma relação harmônica e equilibrada”, disse Diego Pacheco, integrante da equipe negociadora de Bolívia.
Em entrevista com Rádio Mundo Real durante a conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro, Pacheco falou da consolidação de novas visões de desenvolvimento que superam o “colonialismo da economia verde”.
“Não aceitamos um conceito de desenvolvimento que se impõe de cima para baixo, tem se consolidado um modelo de desenvolvimento com a visão dos povos Já não somos prisioneiros do enfoque da economia verde. É um termo degradado, diluiu-se a força com a que queria se impor esse conceito”, explicou.
Para isso, entre outras coisas, tem sido importante que muitas propostas da Bolívia tenham sido assumidos pelo G77+China, o que tem permitido uma defesa mais consistente destes interesses.
Paralelamente a este processo positivo, conforme Pacheco, também constatam-se situações mais negativas, que poderiam se resumir da seguinte forma: os países desenvolvidos continuam sem se comprometer na aplicação de medidas concretas. “Estamos estancados”, resumiu.
Pacheco também mencionou que a Bolívia está contra a mercantilização das florestas e os mecanismos REDD, ao ponto de que tem elaborado uma iniciativa alternativa para a gestão integral das florestas, afirmando que “a Bolívia apresenta uma proposta alternativa, concreta e coerente para a gestão sustentável das florestas, sem mercantilizá-las”.
A delegação oficial boliviana está em contato permanente com a Cúpula dos Povos. “O que mais tem nos preocupado é como poder visibilizar os pequenos produtores, as comunidades camponesas e a agroecología”, disse Pacheco, que lembrou que a posição boliviana tem estado historicamente fundamentada nos movimentos sociais, uma “permeabilidade” que não se vê em outras delegações oficiais.
Foto: Convergência de Comunicação dos movimentos.
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