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16 de Junho de 2009 | |

Passo a passo

Colômbia: Negaram licença a Urrá II mas opositores continuam alertas

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A sentença do Ministério do Meio Ambiente da Colômbia é contundente e não deixa lugar a dúvidas. A construção da usina hidrelétrica Urrá II é inviável do ponto de vista ambiental, inundaria boa parte do parque natural Paramillo e é por isso que o projeto não pode contar com a licença ambiental correspondente, conforme a sentença divulgada na semana passada.

No entanto, os que promovem o mega-projeto na bacía do rio Sinú, dentre eles o ministério de Minas e Energia, vão recorrer da sentença ao Conselho do Estado.

“É uma batalha vencida, mas não temos acabados com todo o assunto”, adverteu Juan José Lopez Negrete, coordenador de projetos da Associação de Produtores para Desenvolvimento Comunitário do Lameiro Grande de Bajo Sinú (Asprocig), a principal referência local na luta contra as barragens.

Apesar de tomarem a sentença da pasta de Medio Ambiente com muito entusiasmo, os habitantes de Sinú não vão baixar a guarda e continuarão atentos a uma inevitável nova investida dos promovedores de Urrá.

A experiência mais reciente não é nada alentadora: a primeira fase de Urrá provocou uma tragédia ambiental que prejudicou milhares de camponeses, pescadores e comunidades indígenas embera katío.

“O projeto Urrá tem colocado em risco a riqueza em biodiversidade de toda a bacia hidrográfica e a harmonia das comunidades locais com ecossistemas que são fundamentais para o equilíbrio do planeta”, destaca López Negrete.

Os dados da Asprocig são contundentes e grafican que tipo de modelo representam as hidrelétricas. Os 63 mil hectares de zonas úmidas que se perderam com Urrá I estão sendo utilizadas para monoculturas de algodão e milho transgênico.

Além disso, as capturas pesqueiras que eram vitais para a alimentação das comunidades cairam em 80 porcento e o estancamento das águas trouxe como consequência o surgimento de novas doenças, dentre elas a malária e diversas afecções gastrointestinais.

Por outro lado, o relatório do Ministério de Ambiente colombiano indica, na hora de justificar a inconveniência de entregar a licença ambiental, que outro projeto hidrelétrico, El Quimbo, inundará 8.000 hectares para produzir cerca de 400 MW, enquanto que Urrá II pretendia inundar 54 mil hectares para produzir 350 MW.

López Negrete acredita que esta lógica de contrastar energia gerada e territórios inundados é “absolutamente economicista”, e não leva em conta que a Colômbia tem atualmente um excedente energético (a maior parte da produção de Urrá é para a exportação).

Neste caso, para o dirigente da Asprocig, o principal aspecto a considerar é o que acontecerá com os 400 mil hectareas de zonas úmidas da bacia hidrográfica do rio Sinú, zona muito atrativa para os grandes industriais colombianos.

“O que está em jogo é o controle do tamanho do rio e não para beneficiar os pobres com o controle das inundações, como eles dizem, e sim controlar o território para criar enclaves exportadores”, conclui o dirigente.

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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