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7 de Abril de 2011 | Notícias | Honduras Livre | Direitos humanos
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Pareceria que para a maioria dos diplomáticos estadunidenses o episódio das filtrações de Wikileaks não lhes deixou nenhum aprendizado, já que continuam com sua política de intromissão em assuntos políticos do que eles continuam considerando seu “quintal”.
Em Honduras há um exemplo, conhecido nestes dias, que ilustra esta situação. Horas depois da violenta repressão do governo de Porfirio Lobo contra as manifestações do dia 30 de março, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) divulgou em seu site um documento do diplomático Jeremy Spector, responsável do escritório de Assuntos de Trabalho e Direitos Humanos da embaixada de los Estados Unidos en Tegucigalpa.
A carta foi redigida após a detenção da coordenadora geral da Organização Fraternal Negra Hondurenha, Miriam Miranda, presa e reprimida durante uma manifestação pacífica em uma comunidade garífuna.
A sede diplomática norte-americana, conforme Spector, está disposta a “continuar com o seguimento” dessas possíveis violações de direitos humanos, mas fica claro que seu maior interesse é outro.
“Não podemos perdoar a frequente violência usada também pelos manifestantes. Mesmos assim pedimos à polícia para agir com moderação. Alguns manifestantes têm participado num nível de violência não visto em muitos anos”, afirma o funcionário.
Desde seu particular ponto de vista, a repressão policial contra sindicalistas e camponeses contrários ao regime de Lobo tem deixado como resultado que “a maioria das lesões registradas têm sido dos funcionários de segurança”.
No resto do documento do responsável da área de direitos humanos há fragmentos que parecem extraídos de um manual de inteligência policial do período da Guerra Fria. Spector indica que um “alto número” de participantes nas manifestações “são delinquentes”, cujos objetivos “parecem ser incitar à violência e ao caos”. Logo diz que os protestos de fim de março “são realmente aterradoras” e que têm trazido “preocupação para todos”.
A FNRP também divulgou uma carta de resposta ao documento de Spector, que está assinada pela professora estadunidemse Adrienne Pine, que revela, entre outras coisas, que o encarregado de Direitos Humanos é na verdade um “especialista em esportes e em declarações fiscais”.
“Não preciso lhes dizer o perigoso que é esse discurso, que além de tudo funciona como parte de uma estratégia mais ampla para legitimar o regime de Lobo diante da OEA quando esse organismo volte a discutir o tema da reincorporação de Honduras neste verão”, adverte a acadêmica, na carta intitulada “Honduras merece mais respeito”.
Foto: www.csa-csi.org
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