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8 de Junho de 2010 | Notícias | Soberania alimentar
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Na semana passada, o governo da Guatemala, que preside Álvaro Colom, decidiu se negar a atender o pedido de suspensão da atividade mineradora feito pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o que provocou protestos das comunidades atingidas que exigem uma mudança no posicionamento do Poder Executivo.
Na sexta-feira passada, apenas uma dia depois de mais de 300 pessoas terem se manifestado fora do Palácio Nacional com a intenção de entregar-lhe uma carta a Cólom fundamentando por que era necessário suspender a atividade mineradora, Rádio Mundo Real dialogou sobre este acontecimento com Leopoldo Méndez, que faz parte da Coordenação e Convergência Nacional Maya Waqib Kej e da Associação Maya Uk’úx Bé.
Méndez afirmou que ainda não haviam tido resposta diante da exigência, e relacionou o posicionamento do governo com a herança colonial que ainda é mantida na Guatemala.
“A impunidade deste governo -que se manifesta ao dizer que a mineração em nosso país continuará, ofendendo nossos povos, ofendendo a mãe natureza-, significa que realmente continua com uma política herdada; poderiamos dizer que ele é um capataz dos donos das empresas transnacionais e inclusive de empresas nacionais também”, considera Méndez.
Leopoldo Méndez indicou que o governo tomava uma postura “desumana e desnaturalizada”, porque as comunidades atingidas estavam sofrendo a contaminação e as problemáticas associadas a ela, como o surgimento de doenças.
“Consideramos que é um novo insulto que há tanto às resoluções da CIDH como também às resoluções da OIT [Organização Internacional do Trabalho].Mas algo que temos anotado aqui é uma resolução que a mãe natureza tem emitido há exatamente cerca oito dias. Aqui o vulcão de Pacaya tem feito uma explosão, e tem regado bastante areia no centro do país, e logo veio o furacão Agatha, que nós podemos dizer que é como uma resposta muito forte que nos faz a sagrada chuva e também a Mãe Terra. Consideramos que ao tempo que são feitas as duas resoluções a favor dos povos e a favor da mãe natureza também a própria natureza se expressa. A própria natureza envia uma mensagem bem forte de que lamentavelmente os desumanizados de nosso governo não o entendem, ou se fazem de desentendidos”, sentenciou.
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