3 de febrero de 2011 | Noticias | Derechos humanos
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A rádio comunitária garífuna Faluma Bimetu (Coco Dulce), da comunidade hondurenha de Triunfo de la Cruz, está novamente no ar. A rádio havia suspendido temporariamente suas transmissões em janeiro deste ano, devido ao assédio que sofriam seus integrantes e à ameaça às instalações da emissora.
Anteriormente, a rádio já havia sofrido um atentado, quando em janeiro de 2010 foi incendiada por desconhecidos, num fato que até agora permanece sem ser esclarecido pelas autoridades. Nessa oportunidade, as perdas materiais que causou incêndio fizeram com que Faluma Bimetu estivessa fora do ar durante um mês, voltando ao ar graças aos apoios que recebeu.
Nesta ocasião, a rádio havia suspendido suas transmissões por medo a sofrer outro incêndio, o que somou-se ao fato de que no dia 14 de janeiro, o líder comunitário e condutor da emissora, Alfredo López, teve que comparecer na justiça por um tiroteio em Triunfo de la Cruz. Se bem não foi julgado culpável, os comunicadores de Faluma Bimetu temeram que esse fato pudesse gerar represálias contra a emissora.
Em mais de dez anos ao ar, a rádio comunitária tem sofrido diversos agravios devido a que tem sido uma voz ativa na denúncia dos interesses dos empresários turísticos de Triunfo de la Cruz e a Municipalidade de Tela, já que pretendem realizar vendas ilegais de terras comunitárias para promover mega-projetos turísticos na Baia de Tela.
Diante da retomada das emissões, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) e Repórteres Sem Fronteiras (RSF) exigiram que as autoridades hondurenhas garantam a proteção das mídias das minorias, responsabilizando-as por todo ato de censura ou sabotagem que atinja a rádio Faluma Bimetu.
“A sorte da comunidade de Triunfo de la Cruz e de sua rádio resume a triste conjunção dos tipos de violência que prejudicam atualmente o país: a das autoridades locais em colusão com a oligarquia agrária e industrial; a do crime organizado, especialmente presente nesta região atlântica, onde um jornalista perdeu a vida em 2010, um dos dez assassinados durante o ano; a da repressão que nasceu após o golpe do Estado do dia 28 de junho de 2009, destinada sobretudo às mídias minoritárias e a seus representantes”, resume o comunicado da AMARC e RSF.
Recentemente, o Relator Especial das Nações Unidas sobre o direito à liberdade de opinião e expressão, Frank la Rue, indicou que estava preocupado pela atitude do governo diante das rádios comunitárias que fazem denúncias sobre direitos humanos e sobre temáticas sociais e ambientais, instando o governo a garantir a liberdade de expressão.
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