6 de agosto de 2012 | Noticias | Derechos humanos | Justicia climática y energía
Na província argentina de Misiones, limítrofe com Brasil e Paraguai, está sendo articulado um movimento de resistência à construção de mega-barragens hidrelétricas que aprofundarão os impactos no ecossistema, nas comunidades e populações locais.
A mega-barragem binacional de Yacyretá (Argentina-Paraguai) já atinge a costa do Río Paraná de duas províncias Argentinas: Misiones e Corrientes, bem como parte do território Paraguaio. Também existem planos para implementar duas grandes barragens a mais na região: Garabí e Painambí. O movimento anti-barragens está ativo há um tempo articulando entre os atingidos e possíveis atingidos destas mega-obras.
Rádio Mundo Real conversou com María Elena Parras, integratne de “Misiones sem barragens”, organização que também faz parte da Mesa de Diálogo provincial “Não às barragens ” e que nos conta sobre a problemática destas construções na província do norte argentino, bem como as estratégias de resistência articuladas na região.
“Como província, há mais de 16 anos em um plebiscito público dissemos NÃO às barragens” quando foi realizada a consulta popular para a construção da barragem de Corpus, no Rio Paraná, disse María Elena.
No entanto, as tentativas de construí-la continuam, e portanto “parte da luta é saber porquê continuam as tratativas se já dissemos que não?”. “O discurso é ‘é necessária mais energia’ e nossa primeira posição é dizer: ‘não, não temos porque dar a resposta de que outras alternativas são possíveis, para isso o governo tem que ouvir os movimentos. Ao invés de investir em estudos de factibilidade para mega-barragens, pode se investir em analisar quais alternativas energéticas existem”.
María Elena também indica que as resistências a estes megaprojetos em que estão envolvidas transnacionais da construção, articulam-se através da Rede Latinoamericana Anti-barragens e em Defesa dos Rios (REDLAR).
No dia 8 de agosto serão realizadas atividades em Posadas, capital da província de Misiones, incluindo uma entrevista com o governador e na quinta-feira (9) haverá outras ações em Oberá, que seria a cidade mais atingida por empreendimentos como os de Garabí e Painambí, explicou a ativista de Misiones.
Estas mega-barragens, ao ser projetada em uma região de clima tropical, significam a destruição de fauna e flora nativa, bem como uma alteração geral do ecossistema, indica María Elena.
“O que mais dói é que não seja levada em conta a decisão das comunidades. Nós como ambientalistas não temos a obrigação de apresentar as alternativas, embora tenhamos. Essa é a tarefa do Estado”, disse.
Entrevista realizada por Amigos da Tierra Argentina durante uma visita pelas zonas em resistência contra barragens no nordeste argentino.
Radio Mundo Real 2003 - 2018 Todo el material aquí publicado está bajo una licencia Creative Commons (Atribución - Compartir igual). El sitio está realizado con Spip, software libre especializado en publicaciones web... y hecho con cariño.