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2 de Junho de 2011 | Entrevistas | Direitos humanos
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No sábado voltou a Honduras o ex-presidente Manuel Zelaya e começou a trabalhar de imediato com dois objetivos fundamentais: a instalação da Assembleia Nacional Constituinte e a criação de alianças políticas para as eleições de 2013.
Zelaya é o coordenador geral da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) e ali começou as gestões para unir forças políticas de caráter progressista a uma espécie de “frente ampla”, como afirmou o camponês hondurenho Rafael Alegria.
“Um dos objetivos é convocar a um plebiscito nacional sobre a Constituinte (para que o povo decida sua instalação ou não para modificar a Constituição), mas ao mesmo tempo está sendo elaborado um projeto político de transformação e refundação de Honduras”, disse à Rádio Mundo Rafael Alegría, dirigente da FNRP e da Via Campesina Internacional.
Com a mira colocada na “disputa do poder em 2013”, a FNRP avança nas gestões para ser reconhecida como partido político. No acordo de Cartagena (Colômbia) do mês passado, assinado por Zelaya com o governante de facto de Honduras Porfirio Lobo e que permitiu o retorno do ex-presidente ao país, a FNRP é reconhecida como “força política beligerante”.
Na conversa com Rádio Mundo Real, a liderança destacou o “ambiente de alegria, entusiasmo e esperança” do sábado em Tegucigalpa, na mobilização de recebimento a Zelaya. O dirigente destau as reuniões que o ex-mandatário já teve com representantes de movimentos sociais “muito agredidos pelos grupos dominantes e a oligarquia”, como os camponeses, indígenas e os professores.
A consulta popular sobre uma nova Constituinte havia sido um dos assuntos centrais que levou ao golpe de Estado que depôs Zelaya no dia 28 de junho de 2009, cometido pelo ditador Roberto Micheletti e as Forças Armadas. A reeleição presidencial era um dos novos pontos que seriam incluídos no debate naquele então, embora Zelaya havia manifestado que não pretendia ser reeleito. Alegría confirmou à Rádio Mundo Real que agora se insistirá com esse tema.
No que diz respeito com a corrida rumo às eleições de 2013 e as alianças políticas que Zelaya começa a tecer, Alegría manifestou seu otimismo para “ter um resultado extraordinário”. “O povo hondurenho já está disposto a sacudir esse grupo oligárquico que tem governado, saqueado e manipulado. As condições objetivas e subjetivas estão dadas para avançar neste projeto”, acrescentou.
O dirigente da FNRP e da Via Campesina pediu à comunidade internacional que mantenha a solidariedade com Honduras “para exigir os direitos humanos, o castigo aos responsáveis dos assassinatos e do golpe de Estado”, e também “a solidariedade com a FNRP, que representa a maioria de nosso povo”.
Rádio Mundo Real perguntou a Alegria se a Frente continuará ignorando o regime de Lobo e rejeitando a volta do país à Organização dos Estados Americanos (OEA) enquanto não forem julgados os responsáveis da ditadura e dos crimes cometidos nos últimos dois anos. “Houve um golpe de Estado no dia 28 de junho (de 2009), rompeu com a ordem constitucional, não existe legalmente a institucionalidade no país e portanto exigimos a Constituinte, para repor o Estado de Direito”, respondeu.
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