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11 de Junho de 2009 | |

Culpada

Shell teve que pagar US$ 15,5 milhões a familiares de ativistas assassinados na Nigéria

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Depois de vários anos de batalhas legais, a companhia anglo-holandesa Royal Dutch Shell foi forçada a pagar 15,5 milhões de dólares a familiares de ativistas que foram assassinados pela ditadura nigeriana em 1995, e que acusavam a empresa de ter sido cúmplice nos assassinatos.

Dentre os ativistas assassinados pela ditadura na década de ’90 estava o reconhecido poeta Ken Saro-Wiwa, fundador do Movimento para a Sobrevivência do Povo Ogoni, criado em 1990 para protestar contra a contaminação gerada pelas petroleiras nos territórios da etnia ogoni.

Saro-Wiwa liderou protestos e foi porta-voz do Movimento, sendo perseguido e preso várias vezes por isso, até que o regime condenou-o a morrer na forca sob falsas acusações de assassinato, mediante um processo legal que não lhe permitiu se defender.

Da cadeia, o poeta havia escrito um alegato de defesa, que foi silenciado pela ditadura nigeriana.

“Profundamente convencido de minha inocência perante as falsas acusações que me fazem, faço um chamado ao povo Ogoni, aos povos do Delta do Níger e às minorias oprimidas da Nigéria para que ergam-se e lutem pacificamente por seus direitos, Deus e a história estão do seu lado”, dizia Saro-Wiwa em sua carta.

O filho do escritor é um dos familiares das vítimas que faziam a acusação contra a Shell, e teve o apoio de uma campanha chamada ShellGuilty (Shell é culpada), que estava integrada pela federação ambientalista Amigos da Terra, por Oil Change International, e pela plataforma Remember Saro-Wiwa Project (Projeto Lembrem de Saro-Wiwa).

As organizações consideraram que a compensação que a Shell foi obrigada a pagar marcava um antecedente para outras empresas transnacionais.

Elizabeth Bast, Diretora da área de Programas Internacionais da Amigos da Terra Estados Unidos –país onde foi aberto o processo contra a Shell- contou que este caso não é o único que está sendo realizado por causa da má atuação da petroleira anglo-holandesa no Delta do Níger, já que atualmente existem outros processos legais.

“A Shell será levada da sala de reuniões aos tribunais várias vezes, até admitir as injustiças que estão na raiz da crise do Delta do Níger, e coloque fim à devastação ambiental”, disse Bast, e acrescentou: “As comunidades, os advogados defensores dos direitos humanos e os ativistas vão continuar exigindo justiça, com a mesma determinação e esperança que mostraram Ken Saro-Wiwa e o povo Ogoni”.

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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