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27 de Julho de 2011 | Notícias | Direitos humanos | Lutadores sociais em risco
As organizações sociais mais importantes do Brasil consideram o governo responsável e por isso pedem a intervenção da presidenta Dilma Rousseff, para que finalmente possam ser encontrados os responsáveis pelos crimes de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinados em maio no estado do Pará.
Através de uma declaração divulgada no dia 25 de julho, grupos vinculados à luta pela terra e os familiares das vítimas pedem que o juiz desta causa, Murilo Lemos Leão, seja separado imediatamente do processo, onde têm detectado graves irregularidades.
As organizações afirmam que o juiz se negou em duas oportunidades a decretar a prisão dos principais suspeitos de crime, e temem que por causa disso eles tenham fugido da região, uma das mais conflitivas do Brasil.
As organizações pedem a intervenção urgente da Procuradoria da República, e lembram que durante as investigações, a polícia civil pediu a prisão temporária dos acusados, mas o juiz rejeitou o pedido “para surpresa de todos”.
“Agora a detenção do grupo (houve três suspeitos) torna-se ainda mais difícil”, é o que se adverte no comunicado divulgado nesta semana.
No Estado do Pará, conforme um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT, uma das organizações que assinam a declaração) 41,6% do total dos crimes do campo no Brasil aconteceram de 1996 a 2010, incluindo alguns dos casos mais paradigmáticos, como o massacre de El Dorado dos Carajás, e o assassinato da missionária estadunidense Dorothy Stang.
“As decisões do juíz Murilo Lemos é um passo mais a favor da impunidade”, dizem as organizações, que exigem o envolvimento da presidenta Dilma Rousseff, e os ministérios de Justiça, Direitos Humanos, Desenvolvimento Agrário, e as comissões parlamentares dessas áreas.
A “proclama de Marabá” é firmada por grupos como o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), e a já mencionada CPT.
Foto:www.cpt.org.br
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