“Pepe Lobo está vendendo o país, praticamente, está leiloando-o, e Slim averigua que parte de Honduras comprar”, resumiu o integrante da resistência hondurenha José Leónidas, entrevistado pelo programa SOS Sinal de Rádio, de Rádio Futura, na Argentina, repetido no portal Mais Vozes.

Protestando contra o conclave empresarial, o povo hondurenho saiu às ruas, mais uma vez, para se manifestar. E, mais uma vez, o regime golpista o reprimiu.

De acordo com uma crônica publicada no site do Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), intitulada “Negócios e sangue”, Honduras passou por uma “situação de esquizofrenia”, durante o transcurso do encontro empresarial, em San Pedro Sula, Honduras.

Enquanto milhares de empresários nacionais e internacionais discutiam “envolvidos numa bolha invisível” como se dividiam o país, o povo se mobilizava para “frear esses projetos”, que trarão “mais pobreza, falta de regularização, flexibilização e precarização do trabalho”, assinala o artigo assinado pelo jornalista Giorgio Truchhi.

Aliás, a Rede Morazánica de Informação relatou que durante as propostas em San Pedro Sula, policiais e militares concentraram uma “brutal repressão”, jogando grandes quantidades de “bombas de gás lacrimogêneo, jatos de água poluída, pedras e até balas”. Correrias, sequestros, torturas e mais sangue: um novo episódio que continua com a tônica que caracteriza o governo ditatorial.

Tudo isso acontecia nas ruas enquanto o foro “Honduras is open for business” continuava. As crônicas assinalam a chegada ao país centro-americano do presidente de Guatemala, Álvaro Colom, e o ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, entre outras “celebridades” da política internacional.

Na reunião foram examinados 147 projetos de inversão, com cifras totais que sobrepassam os 14 bilhões de dólares. “Um prato demasiado gostoso para se distrair com o sangue que corria nas ruas e nas plantações do país”, concluiu a nota publicada pelo FNRP.

Foto: www.resistenciahonduras.net